sábado, 20 de julho de 2013

[SEM SPOILER] Clube do Livro #4 - Pequeno Irmão

Little-Brother


Little Brother


Coty Doctorow


Segurança


Um coisa que este livro me fez pensar muito foi sobre a minha segurança na internet. Desde que as redes sociais se tornaram presentes e a mídia tem abordado bastante sobre o fato de que andamos perdendo nossa privacidade, parece que tudo isso se tornou bastante normal.


Com uma breve pesquisa nós vemos casos de pessoas que são prejudicadas por coisas que publicam na internet. Como o caso das adolescentes britânicas que foram confundidas com terroristas por causa de um tweet e logo barradas de entrarem em território americano. Um destes comentários é "free this week for a quick gossip/prep before I go and destroy America?". Isso foi o suficiente para que guardar armados do aeroporto nos EUA terem levado essa garotas para a cela onde passaram uma noite antes de retornarem ao Reino Unido. Não são só elas que foram tiradas de contexto por causa de dispositivos de segurança, mas muito outros.


Como mencionado no livro, essas ferramentas de detecção de ataques terroristas tem eficiência em torno de 60%, logo dentre 40% destas pessoas são tiradas a dedos por autoridades para serem interrogadas sobre a intenção de proteger a nação.


A liberdade americana pelo visto só corre na boca do povo. LIVRE SOMOS NÓS! Será?


Durante os protestos (se lembram do Protesto dos 20¢? Aqueles que levariam a uma grande mudança política e logo chegariam aos livros de histórias) eu tive a sensação de que o governo é contra nós pela primeira vez. Quando vi aquelas várias pessoas sendo atacadas por quererem mudar o país (só os que foram bem intencionados, excluo os mauricinhos e patricinhas que foram catar fotos para curtidas no Instagram e Facebook) ficou bastante claro quem é que domina os nossos comportamentos.


Vivemos uma ditadura do legislativo. Nenhum presidente conseguirá mudar algo sem o apoio deles e o judiciário está apenas inflado de mais e mais processos de corrupção que impedem o país de focar em coisas maiores. O voto muda bastante! Mas poucos se importam e não veem a importãncia disso, fazendo tolos votos de protestos que fizeram um palhaço abrir um portão dos infernos dentro da Câmara dos Deputados.


Privacidade


Junto com a divulgação do PRISM junto com a queda da credibilidade do poder dos EUA (resultado da caçada à Snowden e da morte sem corpo de Osama Bin Laden), me fez valorizar minha privacidade.


O que um garoto de 18 anos tem a esconder? TUDO!


O Google, por exemplo, acessa seus dados atrás de palavras-chaves para vender essas informação à grandes empresas que compraram espaços publicitários que aparecem na sua tela. Para quem ainda não compreendeu, o Google é uma empresa de anúncios publicitários que oferece serviços na internet. Todos os serviços oferecidos por eles são feitos a fim de que você gere conteúdo para que eles possam correr atrás de mais palavras-chaves relativas à você para encherem a sua tela de anúncio.


O Gmail e o Google Drive são os mais polêmicos por serem os mais utilizados. Várias constituições - incluindo a brasileira - condenam a violação do conteúdo de cartas, sendo elas físicas ou virtuais. O que o Google faz é abrir todas as suas cartas virtuais (e-mail), ler seu conteúdo e adicionar anúncios. O Google Drive faz o mesmo, mas para isso ele requer que o usuário ceda a autoria destes documentos para que ela possa "dar uma olhada". São manobras realizadas para que sua privacidade seja legalmente corrompida.


Para explicar melhor meu ponto junto com a leitura desse livro eu vou falar sobre os tempos passados. Você está lá sentado numa cadeira de balanço na calçada das ruas da sua cidade no começo do século passado. Logo você enxerga o carteiro chegando ao fim da tarde. Ele abre sua bolsa, pega suas cartas e as abre bem ali na sua frente. Claro que você fica ultrajado, mas ele tem um contrato que afirma que você aceitou tudo isso. Logo o carteiro lê uma carta de um parente seu que diz que seu cachorro morreu envenenado por um veneno de rato. Com isso ele abre outra bolsa e retira um panfleto com cupons de desconto para que você possa comprar veneno de rato pela metade do preço e o grampeia junto a carta e a fecha, como se não houvesse sido lida. Esse contrato pode ser contestado, mas para quê se incomodar se as cartas estão sendo entregues pontualmente todo fim de tarde?


Eu uso usava todos os serviços oferecidos pelo Google. É prático pelo fato de eu também ter o celular deles, um Google Galaxy Nexus, que roda o seu sistema operacional, Android. Meus papeis da faculdade estavam todos lá no Google Drive, logo após tomar conhecimento eu os importei para o Evernote, um serviço de bloco de notas que uso há uns 4 anos. E os outros documentos mais antigos de trabalhos escolares, várias crônicas minhas (que juntam formam um diário praticamente) agora estão trancafiados no TresorIt, um serviço de armazenamento que criptografa arquivos numa pasta local (em seu computador) e depois os envia para a nuvem, desta forma, nem mesmo os criadores do TresorIt conseguem acessar as suas informações.


A minha dependência de certos serviços me obriga a me manter desprotegido. Necessito do Gmail, da Google Agenda e claro do YouTube como qualquer outra pessoa necessita. Aliás as alternativas gratuitas aos serviços do Google são a mesma história. A Microsoft, Yahoo, Whatsapp, Twitter e a Apple não são as mais confiáveis, por isso acredito nas empresas indies ou de público limitado.


Acho que todos nós deveríamos valorizar nossa privacidade, até mesmo que seja para conversar através de textos criptografados sobre quem deve sair do BBB.

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