sábado, 15 de junho de 2013

Clube do Livro #1 - "Admirável Mundo Novo" por Aldous Huxley

O Clube do Livro é uma pequena categoria que queria adicionar aqui no blog há um bom tempo. Vim com isso na cabeça quando li City of Bones em 2010, mas não achava necessário. O Clube do Livro é uma categoria onde falo mais além do livro sem me incomodar com spoilers. Eu quero conversar sobre o livro com quem já tenha lido. Quase que uma pós-resenha, mas falando sobre pontos do livro.



admiravelmundonovoAdmirável Mundo Novo


Aldous Huxley


Relacionamentos


Eu acredito que John é uma representação nossa para dentro do livro até porque eles é em parte cristão. O cristianismo escreve a cultura ocidental em várias maneiras. A interação de John, o Sr. Selvagem, com a nova cultura é uma forma que Aldous Huxley fez para que pudesse mostrar como nós, com a nossa criação sociocultural, interagiríamos com eles.


No dia em que Lenina, sobre o efeito do soma, vai até a hospedagem de John para fazer com que ele a deseje, John reage chamando-a de prostituta. O que traz de volta ao tempo da publicação do livro, década de 30, onde a castidade era comum e qualquer relação antes do casamento era terrivelmente abominada. Basta uma breve leitura em livros clássicos brasileiros como os de Jorge Amado, que têm um teor mais sexual.


Agora nós, que estamos no "futuro", vemos como esses valores desvaíram. Hoje em dia a castidade não é tão prezada e qualquer um pode se relacionar com qualquer um. Dependendo da moralidade da pessoa ou do local onde essa ela viva, acredito que não deve ser difícil que as coisas que aproximem aos relacionamentos vistos.


Cultura


Nos últimos momentos do livro, John conversa com Mustafá Mond, o Administrador Residente da Europa Ocidental, sobre vários aspectos que ele não gosta sobre "A Civilização". O Selvagem é muito mais cultuado do que muitos do nosso tempo e também de muitos da Civilização. O que achei bastante engraçado aliás.


Mustafá fala sobre como a civilização não pode ter contato com o passado e que a única cultura importante é o que é novo (ou depois de Ford). Talvez, na sociedade atual, não marquemos os anos através de um outro fato que não seja o nascimento de Jesus, mas, principalmente para nós da Geração Z que somos nativamente aptos à tecnologia, temos uma tendência estranhamente biológica de irrelevar qualquer cultura criada antes da WWW.


Por exemplo, os jovens de hoje em dia primam qualquer filme da década de 80 para cá (sendo a década de 80 já considerada muito antiga) ao contrário de filmes da década de 70 para trás. É normal, não há nada de estranho em não se interessar por clássicos como "E O Vento Levou" e "O Sol É Para Todos" - filmes que também foram livros best-sellers. Enquanto que para as gerações anteriores a popularização dos computadores o consumo de clássicos é comum e algo que são introduzidos neles por herança cultural dos pais.

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