segunda-feira, 17 de junho de 2013

3 semanas sem celular

Há 3 semanas que eu estou sem meu celular. Meu Galaxy Nexus começou a apresentar uma falhas no display há alguns meses atrás e logo se tornaram insuportáveis. Eram listras brancas e pretas que se espalhavam paralelamente pela leta, cortando horizontalmente de uma canto ao outro. As imagens começaram a ficar escuras e logo decidi que eu iria tirar satisfação na assistência técnica.


Quando a atendente me falou “Senhor (tampem o nariz ao ler isso aqui), o seu celular retornará em torno de 10 a 30 dias. Recomendo que ligue para 3422-0727 (telefone que sempre se encontra ocupado) em 10 dias para saber sobre outra data onde o senhor poderá vim pegar seu celular.” Eu tive meu primeiro ataque de ansiedade.


Não sou nenhum Paul Miller, mas estou aqui para comentar sobre as 3 semanas que estou com um dumbphone e as 2 últimas semanas que estou sem nem receber uma única mensagem ou ligação.


Assim que cheguei em casa, eu carregava comigo a caixa do meu celular - que agora para mim é como um caixão sem corpo - com o meu chip da tim no bolso esquerdo da bermuda suja por causa dos bancos empoeirados da assistência, que fica na Zone Oeste de Recife, a mais de 1,5 hora de trânsito de onde moro. Era um sábado dia 25 e eu estava começando a pensar sobre como eu não iria sobreviver à espera.


Minha primeira reação foi abrir todas as gavetas de casa e encontrar um celular que pudesse pelo menos substituir em parte o meu nexus. Claro que como todo mundo que tem um celular hoje em dia, eu também não faço ligações, mas perco bastante tempo no twitter, lendo meus feeds, 9gag, tumblr e jogos aleatórios.


Logo já corri atrás do Nokia C3-00 que era da minha mãe até presentearmos ela no Dias das Mães com um novo celular já que o C3 está quebrado. Sim, eu peguei um celular quebrado para usar.


Um dos meus maiores vícios é o Whatsapp. Esse bendito aplicativo resumiu todas as minhas interações sociais. Parei com o facebook e me recuso a gastar 50¢ com mensagens diárias para gastar apenas com internet, já que além de poder usar o Whatsapp eu poderia catucar o twitter e meus feeds de vez em quando. E umas das maiores vantagens é que o C3 tem Wi-fi e Whatsapp!


Mas o C3 não cobre minhas outras necessidades. Me lembrei logo do iPod touch da minha mãe que ela não usa e que está para vender (aliás, mande-me um e-mail se tiver interessado, aceito Paypal, MercadoPago...), comparado ao Android o iOS 6 é no mínimo bobo, mas pelo menos eu pensei que iria me salvar por causa disso.


Acontece meus queridos, que logo depois de uma semana, assim que eu entrei de férias, eu descobri o porquê que tínhamos dado um celular novo para a minha mãe. A antena do celular não funciona, nada de 3G (não pera é 2G), nada de ligações, nem as mensagens que há poucos dias eu esnobava. Tudo isso me faz uma falta tão grande. Nada como a personagem de Tatá Werneck em "De Pernas Pro Ar 2" (2012), mas mais ou menos por aí.



Para quem me segue no twitter já devem ter percebido que sou bastante viciado em tecnologia. Comecei com blogs de tecnologia aos 12, adorava escrever sobre isso. Eu era fã da Microsoft, acreditando na vingança do Windows Vista e tinha me fascinado pela Apple por causa dos boatos do lançamento de um celular que rodaria Mac OS X. Então carrego esse meu lado geek desde então.


Troco de celular todo ano de acordo com meu entusiasmo. Em 2009, fiquei com expectativas pelo WebOS da Palm e comprei um Palm Centro. Em 2010 me animei com o iOS 4, juntei o dinheiro para comprar um iPhone 3GS na época, mas minha mãe me proibiu (ela tinha uma teoria de comprar celular para o ladrão, conhecem?) e tristemente comprei um Motocubo (que custou irracionais R$600 para depois de poucos meses aparecer por menos de R$400, celular era muito ruim) e o iPod touch 4 que foi meu parceiro por 2 longos anos, amava o iOS. Em 2011, Nokia Belle num Nokia 500, acreditava que a Nokia estava se tornando cada vez mais forte e que o Nokia Belle seria o mais popular, mas também quebrei a cara.


Fiz apostas muito malucas agora que olho para trás, mas em 2012 resolvi parar com a palhaçada, vendi meu celular, meu iPod e todos os acessórios que tinha. Juntei uma boa quantia e comprei um sensato Samsung Galaxy Nexus, android puro da Google com hardware perfeito.


Na época fiquei uma semana sem celular nem iPod, mas pouco me importei pois eu estava para receber finalmente um celular que demorou muitas conversas com a minha mãe de que ter um top de linha era melhor do que andar com um celular e um iPod.



A experiência que vivo ainda é aterrorizante. Duas semanas sem o bendito Whatsapp já que o celular morreu de vez e eu desisti de carregá-lo.


Toda dia quando no final da tarde vou a padaria, já fico pensando no tempo que irei esperar na fila olhando para o teto. Pior é quando preciso ir ao Bompreço e passo horas lendo capas de revista na fila de pequenos volumes. Abençoado sejam os dias que achei uma revista fora da embalagem que não fosse ti-ti-ti, capricho ou pior... (pausa dramática) CARAS!!!


Até pequenos momentos a melhor moda Sheldon Cooper, como quando repensei um passeio de bicicleta já que não tinha nenhum aplicativo para monitorar minha distância, meu tempo por quilômetro ou minhas calorias perdidas. É estranho pedalar por aí, sem um único app. Andando para cima em para baixo como se não houvessem leis!


Não mando mensagens e estou há bons dias sem falar com alguns de meus amigos simplesmente pela impossibilidade. Conversas em grupos são tão mais agradáveis que 1x1...


Já pararam para pensar se você realmente não depende do seu celular?


Eu não acredito numa dependência dele, mas sim que os celulares facilitam a nossa vida de tantas maneiras que ele se tornou um acessório de sobrevivência, tão útil como uma toalha.


Durante meu primeiro período na faculdade eu fui aprendendo a lidar com a vida universitária. Como também completei meus 18 anos no começo do ano, eu resolvi que queria umas responsabilidades para mim. Abri uma conta bancária universitária e fiz um VEM (tíquete eletrônico de ônibus, metrô e até bicicleta do Grande Recife). E nas correrias da universidade eu fiquei perambulando entre a biblioteca e a rua onde ficam as casas de xerox. Os vários trabalhos e textos se tornaram mais fáceis ou menos solitários no momento em que mandava mensagem para os amigos sobre como eles estavam indo.


Foi assim que fomos compartilhando nossas próprias técnicas enquanto estudávamos nas escrivaninhas de nossas casas. Quando um achava um aluno veterano que ainda tinha as provas e nos entregava uma cópia todos já descobriam ainda na noite anterior àquela prova do mesmo professor.


O uso do celular tem efeitos bons e ruins, mas num geral não vejo motivos para enxergarmos eles como a doença do século XXI.

Um comentário:

  1. Maurice Sjogren You can increase Facebook Fans by arranging Contests,like-gated Coupons/ebooks,Facebook Sponsored ads or adding a “Like” button or box to your blog. These ways are good but take much time to increase fan count.If you want Facebook fan…

    You can increase Facebook Fans by arranging Contests,like-gated Coupons/ebooks,Facebook Sponsored ads or adding a “Like” button or box to your blog. These ways are good but take much time to increase fan count.If you want Facebook fans fast, you should…

    ResponderExcluir