sábado, 29 de junho de 2013

Clube do Livro #3 - Um Lugar Na Janela

capa_lugar_na_janela.inddUm Lugar Na Janela


Martha Medeiros


Minhas Viagens


Eu viajei bastante. Parte da minha família mora no Rio e desde muito pequeno todo ano viajamos para lá, ou pelo menos viajávamos, claro que ocorre dois hiatos básicos em 2004-2005 e o maior entre 2008-2010. Fiz vários dos passeios turísticos cariocas, mas eu nunca realmente me senti um turista lá. Demorou muito para que descobrisse que o Recife e o Rio ficam em quase lados opostos do litoral brasileiro ao invés de serem cidades vizinhas, como eu acreditava.


Mas nunca de fato "viajei". Houve as boas duas vezes que viajamos de carro para o Rio, que lembro com saudade e condenação, e também as viagens para cidades interioranas (estou incluindo João Pessoa e alguma cidades paraibanas na lista também, desculpem) no entanto, nunca visitei Manaus, Curitiba, Brasília ou Londres, Atenas e Joanesburgo.


O Rio é minha segunda cidade. De uma forma muito estranha. Nunca morei lá, já desejei que isso fosse verdade várias vezes, mas eu tenho que viver assim, entre as duas. Em Recife morro de saudades do Rio, é como se algo me faltasse, como se não pertencesse a aqui. No Rio, eu me roo de saudades dessas ruas imundas do Recife, sim, falando mal mesmo, e é quando sinto falta desta cidade que moro que percebo que o melhor é pertencer a lugar nenhum. Eu preciso estar longe uma da outra para que eu possa cultivar esse carinho que tenho por elas.


Meus planos de viajar


No ano passado, no meu último ano no colégio, eu pensava sobre o que faria logo que me formasse. Eu queria um Gap Year. Ficar um ano sem compromissos, viajando por aí para poder ter esse auto-descobrimento que todos tanto falam.


Claro que pensei logo em intercâmbios, aliás faço curso de inglês desde 2005 e depois que conclui em 2010 comecei a caçar certificados, mas o que preciso mesmo é viver uma imersão na língua, algo além das horas de seriados, filmes e lendo livros. Ser mochileiro na Europa então seria algo que eu nunca esqueceria. Contaria aos meus bisnetos.


Planos, são apenas planos e logo depois da revirada do placar no fim do ano, eu tive que decidir entre uma aventura agora ou um sucesso no futuro. A vida é dura e juro que me sinto um pouco chateado as vezes por ter ido para faculdade logo que me  sem ter dado chance a essa aventura individual, mas após ter concluído meu primeiro período na faculdade de Direito eu sinto uma certeza que é maior da que tinha uma semana antes dos começos das aulas quando estava em pânico porque iria experimentar minha primeira experiência como "novato" e calouro ainda por cima.

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