"Os Herdeiros dos Titãs I: De Lutas e Ideais" por Eric Musashi - A resenha

Os Herdeiros dos Titãs I: De Lutas e Ideais
Eric Musashi
Editora Giostri
352 páginas
ISBN: 9788560157471

Um pouco sobre o livro

A história se passa no Reino de Atala. Aqui conhecemos Téoder e seu filho Arion. Téoder é o Beli-mor de todo o Reino, o mais poderoso antes a Rainha-deusa Quetabel. Um grande guerreiro adorado e apreciado por muitos pelos seus grandes feitos heróicos.

Arion é seu filho, que diferente do pai, que mora na capital Catebete, ele mora am Jatitã, onde é um rebelde que criou um ódio pelo seu pai que matou sua mãe, Faná, por um pedido da Rainha que acredita na sua total divindade.

Resenha

Com personagens cativantes, cenários incríveis e ação extrema, Os Herdeiros dos Titãs me conquistou logo nas primeiras páginas. Esse livro fantasia apresenta uma cultura própria criado pelo seu autor sul mato-grossense que se apresenta extremamente viva.

Na Religião crê-se nos Titãs que criaram o que é conhecido e seus filhos que fizeram os grandes feitos, mas tudo isso fora descartado por Quetabel, uma qualquer que com a ajuda de seus comparsas instituíram há anos a ideia de que ela seja a única Deusa que chegou ao país-continente para ocupar o cargo mais alto. As crenças são todas baseadas em lendas passadas hereditariamente que são preservadas por aqueles que são revoltosos em relação a tirania da Deusa.

O mais interessante é essa preocupação do autor em separar o mundo criado por ele da melhor maneira possível da nossa. Isso acontece de uma maneira que não é como se houvesse um mundo lá fora assim, com pessoas de pele clara e cabelos anis, mas sim como se tudo isso reagisse de forma que seja uma realidade paralela ou até mesmo como se fosse uma parte do mundo que ainda não fora descoberta.

São alterações sutis como a alteração dos sentidos cardeais de norte, sul, leste e oeste para boreal, austral, nascente e poente, mas ainda o suficiente para te tirar deste mundo e o levar a uma viagem.

O mais chamativo da narração de Musashi é o detalhamento da sua narrativa que trazem ótima emoções quando chegam as batalhas travadas entre os personagens.

Arion e Téoder são estranhamente caracterizados, por vários momentos chegava a confundir a idade deles, pois sempre caracterizava-os como sendo mais velhos do que são. Com alguns personagens também tive a mesma sensação, imaginava um velho e quando vi era um homem ainda nos seus vintes. As características são fortes e responsabilidades mais aindas quando comparadas ao nosso dia-a-dia. Nunca esperaria que uma amigo seguisse em frente sem traumas após eu ter sido assassinado por um inimigo.

O livro é bem maior do que parece, sua fonte e margem são pequenas o que rende bastante informação em poucas páginas, algo que provavelmente deve ter sido feito para baratear a impressão e aumentar a tiragem, mas creio que se fosse publicado "normalmente" teria umas 500 páginas ou 600.

Admiro bastante o trabalho da editora Giostri que publica os autores nacionais e admiro mais ainda Eric por se mostrar contra todos os estereótipos que nos são colocados em relação aos talentos que encontramos em nossa terra. Não só uma grande obra para o Brasil mais também considero esta série como uma diferença entre os autores lusófonos. Autores como esse e outros já famosos como Raphael Dracoon trazem algo importante para todos nós que vivemos esta cultura nascida em Portugal e levada além-mar.