segunda-feira, 16 de abril de 2012

A nova geração e os livros clássicos

A leitura de clássicos está se tornando incomum entre os adolescentes, e quase inexistente entre as crianças. Com as novas tecnologias como os tablets e e-readers as coisas parecem se dificultar mais ainda. Os jovens do século 21 são ecléticos. Torna-se impossível ler um bom clássico quando você pode adquirir em questões de segundos um livro mais interessante para este leitor em individual.
As grandes empresas no mundo dos livros eletrônicos como a Submarino e a Amazon disponibilizam os bons clássicos gratuitamente graças ao domínio público, mas ainda assim, estes livros são escassamente procurados nestes serviços.
As crianças de hoje em dia procuram por um conteúdo mais relacionado com o seu momento. Alguns hipsters leitores de clássicos afirmam que a geração atual é totalmente corrompida pelo fato de ignorarem a maravilhosa prosa de autores como Lewis Carroll ou Monteiro Lobato. Eu sou apaixonado por clássicos, principalmente os europeus, mas ainda 
assim sou bastante parcial.
A pergunta mais ignorante feita por esses é: Porque que as crianças de hoje não leem clássicos como antigamente? Eu não sei se vocês devem ter percebidos, mas talvez na época da minha avó ou avô, esses autores eram atuais para eles. Eu nem vou falar mais nada.
E um ponto importante é que não há nada de errado com o que acontece. As crianças hoje são capazes de procurarem por conteúdo que esteja relacionado com seus gostos. Elas já adquirem personalidade independente mais cedo do que há três ou quatro gerações atrás. Isso acontece porque uma cultura foi criada para a criança e o adolescente, algo que não existia no começo do século 19. As crianças usavam roupas de adultos diminutas, a escola era apenas uma instituição de ensino, e seus passatempos era ler clássicos e mistérios que não foram primordialmente criados para este público, mas foram adaptados mais tarde. A adolescência não existia, nesta idade procurava-se independência. Terminavam os estudos mais cedo, iam para faculdades (ou iam trabalhar para os negócios dos seus pais), arrumavam seus casamentos e aos 24 suas vidas já chegavam aquele nível conformado.
A cultura infanto-juvenil na minha opinião começa na literatura. O primeiro livro infanto-juvenil foi lançado em 1744 na Inglaterra "A Little Pretty Pocket-book: Intended for the Instruction and Amusement of Little Master Tommy, and Pretty Miss Polly", claro que a partir daqui foram publicados livros infantis em massa, mas a cultura começa a nascer.
As crianças atualmente teem uma cultura feita para elas, bastam a elas irem à uma livraria ou ligarem seus leitores e devorarem o livro que mais os interessa. Uma coisa que muitos professores me irritavam quando mais novo era que não se podia ler Harry Potter no colégio, além do fato de HP ser proíbido na época (estudo num colégio presbítero e afirmava que o livro era demoníaco) tínhamos que ler Ariano Suassuna e Lobato, o primeiro cuja literatura me irrita e o segundo quem eu fui aprender a adorar mais tarde.

Com o tempo eles conheceram os clássicos, mas primeiro não os assustem, apenas entregue-os as asas.

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