segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"Gringo" por Airton Ortiz - A resenha


Gringo

Airton Ortiz
Editora Record
352 páginas
ISBN: 9788501400529

Um pouco sobre o livro
Victor é um brasiliense de boa vida. Filho de um militar e de uma senhora muito atenciosa, Victor está viajando no "exterior", apesar de estar no Paraguai, ele está tendo a sua primeira experiência no interior. Ele espera pelo resultado de um concurso público que resultará para ele uma vida estável em Brasília. Enquanto sua vida não se resolve ele experiencia sua primeira experiência como mochileiro.

A resenha
Airton Ortiz é mais conhecido por seus relatos de viagens aventurosas. O gaúcho nascido no interior do município de Rio Pardo criou o gênero jornalismo de aventura e é um renomado jornalista. "Gringo" diferente da maior parte de suas obras é uma ficção que narra a história de Victor.
Primeiramente vou deixar bem claro que Victor deve ter sido um dos personagens que eu tive a pior primeira impressão. Ele é extremamente racista, esnobe e sobretudo mais um típico brasileiro arrogante. Na minha opinião os personagens refletem um pouco sobre o seu criador, e concluo que o que para mim são afirmações preconceituosas de Victor devem ser algo mais cotidiano para Airton Ortiz.
Victor corre atrás de estrangeiras, objetifica as mulheres, julga os nativos dos países pela cor de sua pele e situação financeira. Mas quem poderia dizer algo? Victor é um retrato da "pseudo-elite brasileira" (corrigindo Carlos André Moreira em sua crítica ao livro no Zero Hora), classe média alta, morador de Brasília, recém-formado em Direito que passou num concurso para o Senado, atormentado por um pai militar que impessoalmente o chama de "O general" que provavelmente também deve ter sido um escroto. (EI! Eu tenho 18 anos, posso xingar as pessoas sem motivo algum).
Comprei este livro na Livraria Saraiva no Shopping Barra em Salvador, quando estive de férias lá estava com minha família hospedado numa pousada no bairro da Barra que, numa primeira impressão, é um bairro enfurnado de turistas de todos os lugares. Tivemos um problema para achar a pousada assim que chegamos à Salvador, as ruas da cidade são meio confusas e a ausência de ruas paralelas ou até mesmo de quarteirões quadrados parecem não incomodar a vida na capital baiana. Acabamos tendo que passar por 3 pousadas, 1 hostel e 1 hotel até chegarmos na Pousada Acácia (pousada de primeira aliás). Na passagem pelo hostel vi pelas paredes fotos de pessoas de todo o Brasil e do mundo. Haviam cartazes de passeios aleatórios destinado à mochileiros de passagem.
Aí que criei um interesse em entender um pouco sobre essa experiência que me levou a este livro colorido que me chamou a atenção nas estantes bagunçadas de um livrarias às vésperas do Natal.
Por isso que adorei o livro. O livro é mais do que um relato dos incríveis lugares na América do Sul que comumente ignoramos aqui no Brasil, o livro é sobre como um homem arrogante (escarrada no chão para enfatizar) vai amadurecendo suas ideias ao longo de uma viagem onde ele se conhece. Invejo até as amizades que ele faz ao longo de sua longa viagem, começando com o holandês Vincent, que parece ser bem interessante.
Se um livro já uma viagem, "Gringo" é uma leitura para renovar suas prioridades e quem sabe programar uma viagem interessante aqui mesmo no nosso continente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário